PERCEBENDO O LITORAL PARANAENSE

 

Márcia ZAMARIANO (G-UEL – Bolsista PIBIC/CNPq)

Maria Antonieta Carbonari de ALMEIDA (UEL)

 

 

ABSTRACT: The coast of Paraná was named differently for several  reasons: Sambaqui, because of the  memory of the hunters-collectors; Paranaguá (“the big round sea”), because of the local  geographical shape of the sea; Guarujá and Ipanema as a  reference to others places; Samambaia and Bananal, because of the native  vegetation .There was also a prevalence of “chorotoponyms” in the naming process of the sites in the microregion of Paranaguá.

 

KEY WORDS: Toponymy; Paraná; taxonomy; coast.

 

Introdução

 

A Onomástica, que, em sua concepção genérica e universal, refere-se ao que é próprio do nome, compreende a catalogação e o estudo dos nomes de todo tipo de conhecimento. Estão inseridas na Onomástica a Toponímia, que estuda os nomes próprios de lugar, a Antroponímia, que se refere ao estudo e origem dos nomes próprios de pessoas; e também um sem número de nomes e objetos que rodeiam e servem os homens.

O projeto Pelos Caminhos do Paraná; esboço de um Atlas Toponímico – ATEPAR é desenvolvido pelo Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas da Universidade Estadual de Londrina e tem por objetivo fazer um estudo sobre a origem e a motivação subjacente nos topônimos paranaenses (nomes de municípios, bairros, distritos, rios, serras).Através da análise dos “nomes de lugar” procura-se conhecer e interpretar as tradições e costumes dos homens que habitaram ou habitam em uma determinada região. Ao se fazer um estudo dos topônimos de uma localidade, procura-se compreender a própria mentalidade do denominador, não só como elemento isolado, mas como projeção de seu grupo social.

A partir de levantamento cartográfico-documental e dos dados obtidos junto às prefeituras municipais, os nomes dos municípios, bairros, distritos e dos acidentes físicos (rios, córregos, serras) foram classificadas com base na etimologia e motivação e enquadrados na taxionomia proposta por Dick (1990b), pesquisadora da USP que elabora o Atlas Toponímico de São Paulo.

O projeto ATEPAR, por sua vez, registra os topônimos de todas as regiões do Paraná; a análise dos topônimos designativos do litoral paranaense possibilita até mesmo o resgate da História, como se observa na nomeação de ilha Faisqueira e rio Faisqueirinha (em Antonina) que perpetuam o trabalho dos “faisqueiros de ouro”, paulistas que buscavam o ouro no litoral.

 

1 – História do Paraná

 

Deduções geológicas, completadas por datações com carbono radioativo (carbono 14) usadas em vestígios materiais que se encontram no Museu Paranaense, mostram que as primeiras evidências de povoamento no atual território do Estado do Paraná remontam a cerca de 8000 a. C. Foram populações que produziram os sambaquis fluviais do vale do Rio Ribeira e as populações caçadoras-coletoras do vale do Rio Paraná. Os Sambaquis eram locais de acampamento de populações de caçadores-coletores que exploravam os recursos do litoral, e, onde ainda são encontrados restos alimentares, como concha de moluscos , além de artefatos de pedra, osso, evidências de fogueiras, habitações e sepultamentos humanos. Naquela época, habitou o litoral o Homem do Sambaqui, raça que se extinguiu, de quem pouco ou quase nada se sabe.

Segundo Ferreira, (1996,35), “de 1549 data a primeira notícia do litoral paranaense. A fonte é do alemão Hans Staden, natural de Homberg, em Hessen, aventureiro e tripulante de um navio espanhol que imprevistamente aportou em nossas praias, assolado por uma tempestade”. Sabe-se, que no ano de 1585 o litoral paranaense foi assolado pela primeira bandeira escravagista. Os povoadores de São Vicente desceram até o litoral sul com a finalidade de aprisionar e escravizar indígenas. Terminado o ciclo de caça aos índios, os paulistas continuaram, estimulados pelo rei de Portugal, a penetrar nos sertões em busca de ouro. A maioria dos bandeirantes rumava para o interior, para o Norte ou para o Oeste, mas alguns resolveram caminhar para o Sul, junto ao litoral. Na lama dos ribeirões que corriam para a Baía de Paranaguá, os paulistas encontraram o ouro que procuravam.

De acordo com Boutin (1989,119), “vencendo as águas da Baía de Paranaguá vão se fixar nas ilhas de Cotinga e Rasa de Cotinga, à margem direita do rio Taguaré (hoje Itiberê). Os Carijó chamavam “Pernaguá” a essa região, significando “Grande Mar Redondo”. Com a alteração fonética resultou Paranaguá”.

Aos poucos os bandeirantes mudaram-se para o interior, fundando Paranaguá, o primeiro núcleo populacional paranaense organizado pelos portugueses; inicia-se assim a ocupação das áreas próximas, tendo sempre o ouro como motivação. Surgem então os faisqueiros de ouro ou faiscador; aquele que procura faíscas das minas, garimpeiro; indivíduo que se ocupa na lavagem das substâncias auríferas nas margens e no álveo dos regatos e das torrentes.

Para o pesquisador citado, “as décadas de 1720 a1730 marcaram a decadência completa da extração mineral e os povoadores foram abandonando a zona montanhosa e seguindo para a zona do planalto”. Somente se manteve povoada uma pequena faixa em torno de Paranaguá, Antonina e Morretes, além de pequenos núcleos estagnados.

A história do Paraná confunde-se com uma história de caminhos. Quando a 5ª Comarca de São Paulo se tornou Província do Paraná, em 1853, não possuía ainda uma verdadeira estrada ligando o litoral ao planalto. Existiam três caminhos (da Graciosa, de Itupava e do Arraial ou de Cubatão) rudimentares, por onde só transitavam as tropas de muares. Pelo planalto, os tropeiros passavam pela rota Viamão-Sorocaba, com gado e cavalos, levando mercadorias e por  sua própria conta, faziam o serviço de correio, que praticamente inexistia no interior. A outra trilha, esta já conhecida desde o tempo do descobrimento era a do Peabiru que ligava o Peru, no Oceano Pacífico, com São Vicente, no Oceano Atlântico.

O grande potencial dos campos gerais, em 1826, era a erva-mate, base de todo o comércio exterior da 5ª Comarca, e feito através do Porto de Paranaguá. Além da erva-mate, a exploração do pinho araucária, embora em menor escala, movimentava a economia paranaense. Entre 1855 e 1860, ocorre o ápice do comércio de muares em Sorocaba; mas o avanço das estradas de ferro em São Paulo passa a suprir a deficiência do transporte. Somente por volta de 1883 é que o Paraná entra na era ferroviária.  Encerrado o primeiro grande ciclo primário exportador paranaense (mate, madeira e pecuária), a economia sofre um considerável retrocesso.

De acordo com Ferreira (1996,35-42 ), tem início a  política migratória paranaense que foi motivada pela preocupação com os vazios demográficos. A vinda de colonos era necessária para resolver o problema da escassez e do alto preço dos produtos agrícolas. Três núcleos foram instalados primeiramente por iniciativa do governo Imperial: alemães (1829); franceses (1847); suíços, franceses e alemães(1852). Nos anos de 1885 e 1886 o Presidente Alfredo d’Escragnolle Taunay criou sociedades de imigração em 11 localidades: Paranaguá, Curitiba, Superagüi, Porto de Cima, Morretes, Antonina, Campo Largo, Lapa, Ponta Grossa, Castro e Guarapuava. Da instalação da Província em 1853 até 1886 entraram no Paraná mais de 20 mil imigrantes. A introdução dos imigrantes sírio-libaneses ocorreu a partir de 1890, e dos japoneses a partir do início do século XX.

As grandes transformações políticas que tiveram lugar no século XIX- a Independência (1822); a Abolição (1898) e a Proclamação da República (1889) foram assimiladas com tranqüilidade pela população paranaense. Nos primeiros anos da República, houve o cuidado com a colonização por toda a Província, não se limitando mais ao litoral ou Curitiba. A primeira iniciativa foi em 1855, quando o governo fundou a Colônia Militar de Jataí, que tinha por finalidade fazer ligação com o Mato Grosso e funcionar como porto de fiscalização. A partir de 1862, ocorre o início de uma expansão, com a vinda de fazendeiros mineiros, paulistas e fluminenses que penetram através do curso superior e médio do rio Itararé, fundando a Colônia Mineira, sediada na região do Norte Pioneiro. A expansão em direção a oeste só acontece a partir de 1920, quando paulistas, mineiros, nordestinos, fluminenses e estrangeiros ocupam desde as margens do Tibagi até as barrancas do rio Paraná. O “Norte do Paraná” tem seu auge em meados de século XX (1940 a 1960) e neste mesmo período acontece a colonização do sudoeste e do noroeste do Estado. Fizeram parte da colonização companhias colonizadoras paulistas, gaúchas e estrangeiras, sendo a mais importante a Paraná Plantation Co., (de capital inglês), que instala sua sede em Londrina. Na busca de terras para o empreendimento cafeeiro, a frente pioneira invade o Norte do Paraná e entre as causas para explicar o fenômeno, destacam-se a qualidade das terras, a situação da  economia nacional, a crise de 1929, a evolução da cafeicultura paulista neste período e a ampliação dessa frente.

Para Padis (1980), “a expansão da cafeicultura paulista foi o fator determinante a consolidar o maior empreendimento imobiliário de que o país tinha notícia até então. A partir de 1945, e em pouco mais de uma década, os cafezais se estenderam por toda a região norte do Paraná, garantindo-lhe o primeiro lugar entre os estados produtores”.

O alargamento da ocupação territorial determinado pelo café encontra barreira no binômio adverso do solo e do clima, mais deste que daquele. A decadência da economia cafeeira durante a década de 60 foi acompanhada ainda de perda relativa de produtos tradicionais como o milho, o feijão e o arroz. A soja e o trigo surgem como opção no final da década. Modernamente o Estado adquire um parque industrial que está se solidificando, inclusive com a instalação de montadoras.

 

2. Topônimos do Litoral Paranaense

 

Para a classificação semântica dos topônimos empregou-se os “motivos de agrupamentos taxionômicos” apresentados por Dick (1990:32-34), relativo ao plano de motivações físicas ou naturais como por exemplo Rio da Onça, em Matinhos como Zootopônimo e ao das taxionomias antropo-cultural como Maria Luiza, bairro rural de Paranaguá como Antropotopônimo.

Com um perímetro envolvente de 107 Km, o litoral paranaense é parte integrante do litoral sudeste. É constituído pelos Municípios de: Antonina, Guaratuba, Guaraqueçaba, Matinhos, Morretes, Paranaguá e Pontal do Paraná. Entre os sete (07) Municípios analisados foram encontrados 369 topônimos, os quais  enquadram-se, por ordem de freqüência, em:

A-     Natureza Física: (total 160)

Fitotopônimos (41); Zootopônimo (34); Geomorfotopônimo (26); Hidrotopônimo (19); Litotopônimo (15); Dimensiotopônimo (08); Cardinotopônimo (06); Cromotopônimo (04); Morfotopônimo (04); Meteorotopônimo (03).

B-      Natureza Antropo-Cultural: (total 209)

Corotopônimo (56); Antropotopônimo (48); Hierotopônimo: Hagiotopônimo-Mitotopônimo (09+12+03=24); Animotopônimo (19); Ergotopônimo (13); Sociotopônimo (11); Somatotopônimo (06); Etnotopônimo (03); Dirrematotopônimo (03); Hodotopônimo (02); Poliotopônimo (02); Axiotopônimo (02); Cronotopônimo (02); Historiotopônimo (01); Estematotopônimo (02); Necrotopônimo (01); Acronimotopônimo (01); Não classificados (13).

Os Corotopônimos, que aparecem em maior ocorrência, são os topônimos que homenageiam outras cidades, ou Estados, regiões, países e continentes.

De acordo com Francisquini, é comum os nomes geográficos viajarem, transportarem-se para outras terras, o que levou Backheuser a afirmar: “os topônimos deslocam-se ou acompanhando as migrações ou impulsionados pelo próprio prestígio”. (Regra do mimetismo toponímico/1950:186). Para esse autor, são duas as condições para um topônimo imigrar: (i) a primeira delas decorre do transporte pelo povo que imigra. (ii) a segunda fonte de migração de topônimo é o “prestígio do nome originário”. O fato de um mesmo nome aparecer na Toponímia de vários Estados pode traduzir a existência da mesma fonte, e também demonstrar evidente influência de imitação. Assim, topônimos como Guarujá e Leblon (nomes de bairros  urbanos em Pontal do Paraná) e Ipanema (nome de  bairro rural em Guaraqueçaba) parecem indicar a referência a praias famosas. Entende-se que, pelos Corotopônimos, os grupos, além de manterem seus laços afetivos com a região de origem, concomitantemente, são nomes “miméticos” ou seja, nomes empregados pelo prestígio que adquiriram. A predominância dos Corotopônimos no litoral é notada no que diz respeito na nomeação de bairros, onde encontramos 56 ocorrências. O Município de Pontal do Paraná, por exemplo, possui 10 aspectos humanos que se enquadram entre os Corotopônimos, enquanto que Paranaguá não possui nomes de acidentes físicos e acidentes humanos que pertençam a essa classificação. Observa-se que a Corotoponímia ocorre também na utilização dos nomes de rios para designar os bairros que se desenvolvem perto; como em Morretes: Sapitanduva (rio e bairro rural); em Antonina: Faisqueirinha (rio e bairro rural).

Observa-se que um mesmo topônimo é utilizado também em vários Municípios como por exemplo: Marumbi, que designa uma serra de Antonina, um rio e o pico localizados em Morretes; Ipanema, nome de um bairro urbano em Pontal do Paraná e de um bairro rural em Guaraqueçaba; Rio do Cedro, designativo de bairro rural em Antonina e Guaraqueçaba.

Na nomeação de lugares do litoral, observa-se o emprego de Fitotopônimos de origem indígena: Capituva ( do tupi “Kapy” = capim  “Tuva” = muitos); Tucunduva ( do tupi “ Tucü – dyba”: a palmeira do tucum); Pacotuva ( do tupi “ Paco – tyba”: o sítio das bananeiras, o bananal). Com relação à influência indígena, verificou-se que embora não tenha havido uma participação na formação da população, o mesmo não ocorreu com os topônimos. Muitos designativos indígenas como Guaratuba (do tupi: “wará = pássaro com belas e variadas penas, “tuba” = muitos. Pássaro de muitas penas); Guaraqueçaba (do tupi: “wará...guará, garça + ‘queçaba’...ninho = o ninho da garça); Paranaguá (do carijó: “pernagoá” = grande mar redondo); entre outros, permanecem perpetuando as tradições culturais dos povos indígenas.

Na análise do topônimos que têm por base dados da natureza física, observou-se a predominância de Fitotopônimos.

A.J.Sampaio, referindo-se à forma de nomeação de lugares através de Fitotopônimos indígenas afirma: “A geografia aqui reflete nas denominações dos lugares a característica vegetal de cada uma. Não é, pois, de estranhar-se o freqüente emprego de nomes de plantas, árvores, para individuar um rio, um banhado, um vale, um povoado, uma serra, um acidente geográfico qualquer. (apud Dick,1990 a:194). Pode-se observar, no país, a abundância da Toponímia de índole botânica. O motivo é que floresta, selva, árvores, matagais de arbustos e vegetais cultiváveis estão estreitamente ligados à sobrevivência dos grupos humanos e por essa razão são empregados nas designações de acidentes geográficos. No litoral paranaense encontramos topônimos de formação que lembram árvores e associações fitológicas como Floresta e Capinzal; árvores e arbustos isolados ou agrupados úteis aos seres humanos:(i) na ornamentação (Palmeiras, Samambaia, Margarida); (ii) na alimentação (Abobreira, Batatal, Laranjeira, Limoeiro); (iii) na carpintaria (Cambará, Canela, Jacarandá) e ainda a escassez ou ausência de vegetação como em Sertãozinho.

De acordo com Francisquini (1998,213), “não se pode afirmar que todas as espécies vegetais lembradas pelos topônimos predominam ou pertencem a essa região. No entanto, para o estudo científico do topônimo, é mais significativo quando a espécie por ele empregada se encontrar em conjunção com a área geográfica de sua ocorrência e mais valor ainda terá esse estudo quando se tratar de um tipo de vegetal extinto”.

 

3.Considerações finais

 

O estudo da Toponímia do litoral paranaense revelou uma maior incidência das taxionomias que se enquadram entre as de natureza antropo-cultural (Corotopônimos-56, Antrotopônimos- 48), o que revela a valorização do que é próprio do homem. Nomes como Faisqueira e Sambaqui possibilitam que uma parcela da história regional seja conservada e transmitida às gerações posteriores.

Concluindo, a pesquisa sobre os “nomes de lugar” permite formar um mosaico cultural, com infromações sobre o passado do lugar, com a expectativa dos primeiros moradores, com o valores humanos do grupo social.

 

RESUMO: O litoral paranaense foi denominado por diversos motivos: a lembrança dos caçadores coletores (Sambaqui), a forma geográfica local (Paranaguá = “grande mar redondo”), a referência a outros centros (Guarujá, Ipanema), a vegetação nativa (Samambaia, Bananal). Observou-se o predomínio de Corotopônimos e de Fitotopônimos na nomeação das localidades da Microrregião de Paranaguá.

 

PALAVRAS-CHAVE: Toponímia; Paraná; taxionomia; litoral.

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BOUTIN, Leônidas.Paranaguá-Desenvolvimento Sócio-Econômico e Cultural. Boletim do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense Vol XLVI. Curitiba.1989.

DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. Toponímia e Antroponímia no Brasil. Coletânea de Estudos.2ªed. São Paulo:Serviço de Artes Gráficas da FFLCH/USP, 1990.

FERREIRA,Aurélio Buarque de Holanda.Novo Aurélio –2ª ed. Revista e Ampliada.Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986.

FERREIRA,João Carlos Vicente.O Paraná e seus Municípios.Maringá:Memória Brasileira.1996.

FRANCISQUINI, Ignez de Abreu- O Nome e o Lugar: Uma Proposta de Estudos Toponímicos da Microrregião de Paranavaí – Tese de Mestrado.Londrina, 1998.

PADIS, Pedro Calil – “Formação de uma Economia Periférica: O Caso do Paraná”. Tese de Doutoramento. Hucitec,1980. In: História e Geografia de Paraná. Colégio Maxi.

PARANÁ, Secretaria de Estado da Cultura do Paraná. Museu Paranaense. htttp:/www.pr.gov.br/museupr.