OS ARRIVISTAS NO ROMANCE REALISTA FRANCÊS DO SÉCULO XIX

(THE SELF-MADE MEN IN THE FRENCH REALIST NOVEL OF THE XIXTH CENTURY)

 

Brigitte Monique HERVOT (UNESP – Assis)

 

 

ABSTRACT: Assuming that there exists a contiguity among French realist novels of the 19th century, the present intertextual study browses through a few famous characters, all of them young and eager to succeed in life, in order to find a common narrative structure which is based, all in all, on the ascending trajectory of the fictional self-made man.

 

KEYWORDS: French literature, Realism, XIXth century, arrivist, narrative estructure

 

 

Antes mesmo de a palavra “arrivista” surgir na língua francesa, em 1893, o tipo já se encontrava na sociedade e na literatura. Os romances realistas franceses do século XIX fornecem vários exemplos ao leitor. Rastignac, Lucien de Rubempré, Charles Deslauriers, Henri Mauperin, Bel-Ami, para citar apenas alguns deles, fazem de tudo para ascender socialmente e mostram como "levar às últimas conseqüências os princípios de competição e a apoteose do êxito individual, novas formas do direito do mais forte e fundamentos éticos da era capitalista" (1978: p.13). Fundamentos éticos que motivaram a atitude oportunista do governo e dos poderosos financistas pela qual  a sociedade francesa viveu um grande período de especulação e de enriquecimento da alta burguesia. A nova estrutura econômica impregnou de tal forma todas as camadas da sociedade que a época se transformou,  como cita Gerard Delaisement, em "reino do parvenu, cujo poder reside na habilidade e na ausência de escrúpulos, e também no dinheiro que vence as consciências" (1959, p.LXI ). Esses elementos parecem definir o eixo central da estrutura romanesca de muitas obras da época. Nem sempre os protagonistas têm as mesmas motivações, ou a mesma sorte, mas todos têm a mesma vontade de vencer na vida.

A história é sempre muito parecida: um jovem provinciano, geralmente de origem humilde, procura conquistar a glória, o poder e a fortuna na sociedade parisiense. O cenário se repete e se desdobra entre a província e Paris. Paris, cidade das oportunidades, mas também da corrupção, da luta exacerbada e dos golpes baixos. Se por um lado, a motivação dos protagonistas é a mesma, por outro, suas trajetórias se distanciam no "ponto de chegada", alguns deles vendo seus sonhos concretizados, os outros, ao contrário, fracassando, a situação final de cada um deles caracterizando, de modo muito geral, as trajetórias possíveis do arrivista.

Contrariando a ordem cronológica dos protagonistas acima citados, inicio  meu estudo com Bel-Ami, herói do romance homônimo de Guy de Maupassant (1885). Por ser aquele que mais conheço e mais aprecio, ele servirá como ponto central de referência para minha reflexão. Qual é sua história? Georges Duroy nasce em Canteleu, cidadezinha da Normandia onde vive até cerca de dezenove anos. Filho de camponeses humildes, sonha com um futuro melhor. Dirige-se para os estudos mas fracassa. Faz uma outra tentativa na carreira militar, logo abandona essa vida que não lhe promete o futuro desejado. Vai a Paris e, no início, a cidade não lhe oferece nada melhor. Simples funcionário de uma companhia da estrada de ferro, Duroy apenas consegue se sustentar. Contudo, não perde as esperanças, nem a vontade de sair dessa situação de carência. Um dia - dia em que começa o romance - o rapaz encontra um velho amigo de exército e, aos poucos, a vida de Duroy melhora.

 No início da narrativa, no plano sócio-econômico, aspecto estabelecido logo na primeira página, Duroy faz parte das classes desprivilegiadas. Tal dado em si não provocaria nenhum estado de desequilíbrio, se não fosse antagônico à ambição do protagonista ao chegar a Paris: "quis vir para cá, para... para fazer fortuna" (1983: p.14). No plano sentimental, as coisas não são muito diferentes. Sonhando com paixões nobres, vive aventuras amorosas com prostitutas. A problemática está instalada. Tanto no plano do dinheiro, como no das mulheres, existe um desnível entre as ambições de Duroy e a realidade que vive, desnível que o protagonista demonstra querer eliminar, tanto através da inveja que perpassa seu olhar diante dos burgueses, quanto através de suas palavras: "Estou sozinho, não conheço ninguém, não posso recomendar-me a ninguém. Não é boa vontade o que me falta, mas meios" (1983: p.14).

Em pouco mais de três anos, “tornava-se um dos senhores da terra, ele, ele, o filho de dois pobres camponeses de Canteleu" (1983: p.221). Duroy, no fim do romance, é milionário e está prestes a morar num palacete suntuoso. Resumindo, o simples Georges Duroy, doravante barão Georges-Prosper du Roy de Cantel, venceu as primeiras etapas e promete subir muito mais. Ao assumir os valores da ideologia burguesa, ao usar dos meios astuciosos desta classe interesseira para subir socialmente, o herói enfim vê seus sonhos tornarem-se realidade e aparece num estado de equilíbrio que, numa relação de inversão, remete imediatamente para a situação inicial: “Georges, sufocado de alegria, cria-se um rei a quem o povo vinha aclamar” , “O povo de Paris contemplava-o e invejava-o” (1983: p.223)

Os passos não são novos, o protagonista segue o caminho de muitos predecessores famosos. Um dos arrivistas mais conhecidos da literatura universal é Eugène de Rastignac, protagonista do Pai Goriot (1835) de Balzac, que, junto com Duroy, representa o exemplo mais perfeito do arrivista "bem-sucedido". Estudante pobre, mas, diferentemente de Duroy, educado dentro das melhores tradições de família nobre, filho do barão e da baronesa Rastignac, inteligente, idealista, chega a Paris em 1819 para estudar direito e para conquistar a glória, a fama e o poder. No primeiro ano, os estudos ainda não exigem muito de Rastignac, deixando-lhe todo tempo necessário para conhecer e apreciar a vida parisiense, e, ao mesmo tempo, para perder suas primeiras ilusões.

Ao voltar para sua terra natal, durante as férias, vendo a miséria e as privações de sua família que confia nele, e por ele se priva até do indispensável, resolve vencer, e se joga, com todo ardor, nos estudos e no trabalho. Entretanto, logo percebe que existem outros meios mais fáceis e mais úteis para obter um sucesso rápido e grandioso: "reparou o quanto as mulheres tinham influência sobre a vida social, e de repente resolveu se lançar ao mundo a fim de conquistar protetoras" (1961: p.41). Com a ajuda e as lições de vida de um parente, a condessa de Beauséant, “uma das sumidades do mundo aristocrático” (1961: p.43), o herói descobre os salões da alta nobreza, e aprende os meios de conquistar seu lugar neles:

"O senhor deseja vencer (...) Quanto mais friamente o senhor calcular, mais adiante irá. Dê os golpes sem piedade, o senhor será temido (...) Mas se o senhor tiver um sentimento real, esconda-o como um tesouro; nunca o deixe suspeitar, o senhor estaria perdido" (1961: p.93). Em outras palavras, não se deve hesitar e nem se revelar aos outros, apenas servir-se deles. Diante deste programa, Eugène resiste, dividido entre a vontade de vencer e os meios pouco nobres de que precisa lançar mão para isso.

O combate interior entre a pureza e ingenuidade do jovem provinciano e a influência "perniciosa" da sociedade parisiense se resolve um pouco antes do final da narrativa, podendo se considerar o romance inteiro como um prelúdio à verdadeira ascensão do protagonista, que se delineia nas últimas cenas: “Enfim gozando das vantagens materiais da fortuna, como, há muito tempo, gozava das vantagens morais, decorrentes de sua estirpe nobre, havia abandonado a pele de provinciano, e se estabelecera suavemente numa posição de onde entrevia um belo futuro." (1961: p. 245-246).

A evolução do herói se finaliza pela opção consciente de aceitar as regras do jogo social. A morte do pai Goriot, vítima da ganância e ingratidão de suas filhas, marca o fim da luta interior do protagonista, a partir de então, determinado a conquistar Paris e vencer a qualquer custo, e ressoa para sempre suas “palavras grandiosas: 'É entre nós dois, agora!'" (1961: p. 309). O desafio que, em muito, lembra o desafio final de Duroy, está lançado. Em alguns anos, Rastignac, 'malandro' perfeito, ascendendo graças a uma amante muito bem relacionada, vê, como Duroy, suas ambições concretizadas. Tornar-se-á ministro durante a monarquia de Julho, com quarenta mil libras de rendas. Rastignac encabeça a lista dos heróis balzaquianos que, ao optar pela via fácil dos salões e dos compromissos mundanos, não conseguiram resistir ao contato das elites, deixando-se fascinar e corromper pelo prestígio de uma sociedade que o próprio autor considerava mesquinha, pequena e superficial. Como Duroy, aceitou as regras do jogo social e abriu mão de certos princípios morais, virtuosos, mas "inúteis", até mesmo "incômodos", para atingir seu objetivo.

Trinta anos depois, no romance Educação sentimental (1869), Flaubert retoma o tema do provinciano ambicioso. Conta a vida de Frédéric Moreau e Charles Deslauriers, dois amigos do interior cheios de ilusões e confiantes num futuro promissor. Cada um deles, ambicioso a seu modo, sonha com glória, fortuna e sucesso, mas ambos, ao contrário de Rastignac e Duroy, fracassam.O primeiro deles, Frédéric Moreau, por ser um "falso arrivista", por nunca abandonar seu romantismo e idealismo juvenis, traços inadequados para aquele que deseja se promover socialmente. Seu fracasso não é social nem material; aliás, o herói não precisa trabalhar, nem passa por dificuldades financeiras, ao inverso da maioria dos arrivistas. Na verdade, Frédéric não corre atrás da fama, do sucesso, mas sim atrás de um amor que não consegue realizar. Lembra muito, nesse ponto, outro herói nascido algumas décadas antes, a meu ver, falsamente ambicioso: Julien Sorel, protagonista do romance de Stendhal, O Vermelho e o Negro (1830), que, em razão do amor, percebe ser um equívoco seu projeto inicial de vencer na vida.

Se, de um certo ponto de vista, as personagens não tiveram o êxito esperado, ambas se modificarem num plano mais íntimo, assim representando o herói infeliz do romance ocidental, aquele que busca a totalidade e a autenticidade num mundo degradado em que esses valores estão ausentes. Assim, nem Frédéric Moreau, nem Julien Sorel, podem ser considerados como arrivistas. Ousaria dizer que fazem parte dos "falsos arrivistas", pressionados por um contexto histórico, mas que, no final das narrativas, reencontram sua verdade interior.

Entretanto, no romance de Flaubert, existe uma personagem, de certa forma complementar ao protagonista, que não escapa da definição de arrivista: Charles Deslauriers. Filho de uma família pobre, sem recursos para se sustentar, deve abandonar a faculdade de direito onde estuda com Frédéric Moreau, para trabalhar num escritório de advocacia. Vendo-se, na época, impossibilitado de concretizar seu sonho – o de criar um jornal para criticar o governo -, transfere suas ambições para seu amigo de infância, certo de que isso lhe servirá mais tarde. Citando literalmente o caso de Rastignac, indica sumariamente ao companheiro que caminho seguir. Frédéric, e depois Deslauriers,  “sobem” para Paris que continua o paraíso dos ambiciosos, mas a sorte de Charles não parece querer vingar. Força de vontade, hipocrisia e ausência de escrúpulos não lhe faltam, contudo, isso não é suficiente para a personagem ter êxito em suas tentativas de ascensão social. Na verdade, faltam-lhe a sensualidade, o charme e a inteligência delicada de seu amigo Moreau, ou de Rastignac e de Bel-Ami, traços decisivos que permitem a todos se aliarem às mulheres, peça fundamental na trajetória de todos esses jovens ambiciosos.

Sobretudo, mais do que um físico desvantajoso, mais do que um profundo desprezo pelas mulheres, é a amargura que parece ser a principal razão de seu fracasso. Membro de uma classe social desprivilegiada - desde cedo, conhece e sofre na pele todo tipo de privações materiais contra as quais se revolta abertamente, maldizendo sua origem social, a personagem nunca consegue se libertar do peso das injustiças sociais. Sofrido, ranzinza, no fundo, mostra-se incapaz de superar o complexo de inferioridade social que caracteriza o arrivista. Não é sem razão que Flaubert tinha pensado em intitular seu romance de Os fracassados. O final do romance justificaria o título: Deslauriers está novamente com seu amigo Frédéric Moreau, na cidade natal. Ambos mais velhos, desiludidos, recapitulam as oportunidades de felicidade perdidas, constatando que o que tiveram de melhor, foram seus desejos, seus sonhos de juventude, mesmo não realizados.

Outro personagem da literatura francesa que também, poderia ser visto como um arrivista fracassado, é Henri Mauperin, contemporâneo de Frédéric e Charles, jovem advogado ambicioso do romance dos Goncourt, Renée Mauperin (1864). Filho de um industrial bem estabelecido, portanto sem preocupação de ordem material, os projetos de Henri, em 1855, não são muito diferentes dos de Georges Duroy. Mais consciente do que o outro, encorajado pela própria mãe que sonha em casá-lo, esse jovem burguês do início do Segundo Império expõe com determinação, frieza, realismo e uma ponta de cinismo o seu objetivo: “em uma palavra, fazer carreira no casamento”.  

O projeto social do protagonista não poderia ser mais claramente definido. Determinado a vencer, Henri planeja tudo com antecedência. Para se casar com a filha de um comerciante enriquecido, o Senhor Bourjot, conquista e se torna amante de sua esposa. Após ter seduzido a mãe, declara seu amor à filha. Seus passos lembram os de Bel-Ami, ainda que menos "apaixonados". Diante da vontade do pai de ter um genro nobre, de unir sua filha a um conde, Henri não hesita em acrescentar a partícula nobiliária e adotar o nome de Mauperin de Villacourt. O plano inicial está para se concretizar.

É sabido que, no século XIX, mudar de nome é um fato comum entre os membros recém promovidos da burguesia. Viu-se que Duroy fez a mesma coisa, mas, por um infeliz acaso, o sobrenome que Henri escolhe já pertence a uma pessoa que fica sabendo do fato. O episódio acaba com um duelo, evento também vivido por Bel-Ami. Mais convicto e mais racional do que Duroy em relação a seu projeto social, o protagonista enfrenta a situação com coragem e orgulho, Conformado, sabe que faz parte das regras do jogo, e que, para continuar sua ascensão, deve antes resolver esse problema. Não tem a mesma sorte de Duroy, e o leitor vê as ambições do protagonista desaparecerem no momento de sua morte. No fundo, como diz Delaisement, "o herói dos Goncourt é um Bel-Ami corajoso traído pela sorte" (1972: p.46).

O fim trágico de Henri parece afastá-lo da história de Duroy e dos outros, mas, como se viu, o móbile central da personagem e do romance é o mesmo: a ambição. Na verdade, Bel-Ami, Rastignac, Deslauriers e Mauperin sonham com o mesmo futuro glorioso. Alguns deles conseguem, outros desistem, outros fracassam, mas todos são movidos por esse desejo juvenil de vencer que fornece à narrativa uma estrutura simples. A situação inicial é a mesma: uma situação de desequilíbrio - existe sempre um desnível entre o plano do desejo e o plano do real -, que o protagonista procura resolver ao longo do romance, e uma situação final que pode ser ou a inversão da situação inicial, no caso da trajetória ascendente do arrivista bem-sucedido (Rastignac, Duroy, Lucien de Rubempré), ou ainda, que pode reproduzir o mesmo ou um novo estado de insatisfação, no caso do arrivista fracassado (Charles Deslauriers, Henri de Mauperin).

E, entre os ardores do princípio e o final feliz, ou não, repete-se o mesmo interlúdio: a caminhada do herói, contada por um narrador em princípio onisciente e não-representado, seguindo uma ordem narrativa cronológica onde os acontecimentos imbricam-se uns nos outros, como causas e efeitos. Tal escolha parece pertinente, quando relacionada com o tema central da narrativa: a história de um homem que planeja antecipada e minuciosamente todas as fases de sua ascensão. A própria natureza de sua trajetória o leva adiante, e a narrativa segue seus passos.

O levantamento superficial de elementos comuns em alguns arrivistas ficcionais leva-me a constatar certos fatos. Em primeiro lugar, em geral, eles são motivados pelos mesmos valores - glória, poder e fortuna - e recorrem aos mesmos meios - sensualidade, inteligência, frieza, força de vontade e hipocrisia - para vencer. Amantes, Egérias, companheiras, esposas, conselheiras, participam ativamente de seu sucesso, sendo suas principais aliadas. Eles também percorrem o mesmo caminho: do interior para capital e se inserem num cenário, numa história e numa sociedade identificável e precisa, cujas teorias, princípios e valores encorajam a ideologia do sucesso e da competição. Como diz Duroy "Cada um por si. A vitória é dos audaciosos. Tudo é egoísmo" (1983: p.143) ou ainda, "o futuro é dos espertos!" (1983: p.193). Vale lembrar que Balzac, Flaubert, os Goncourt e Maupassant deixam implícito em seus romances que a redução de toda vida social a um processo de caça ao dinheiro e ao poder acarreta uma certa desagregação dos valores morais, e denunciam a importância de conceitos como o prestígio, o status, a influência e outros prezados pelos arrivistas.

Para concluir, poderia dizer que essas narrativas, em sua estrutura, se assemelham ao romance de aventuras puro, como o romance de cavalaria e o romance barroco de provações, onde os acontecimentos, ligados à idéia de "provação", estão aí para levar a narrativa até o desfecho final. Contudo, diversamente dos romances de aventura, aqui, não são as aventuras por si que interessam, mas a construção da personagem que se define em um tempo e um espaço determinados e influentes. A evolução da personagem, intimamente ligada à idéia de "aprendizagem", de "educação", ou de "formação" - segunda idéia organizadora desses romances -, acaba quase sempre revelando "uma certa dualidade, um não acabamento do homem vivo, uma mistura nele do bom e do mal, da força e da fraqueza. (...), agora a vida, com os seus eventos, esclarecida pela idéia de transformação, revela-se como uma experiência do herói, uma escola, um meio, que pela primeira vez formam e modelam seu caráter e sua visão de mundo" (1988: p.186). Assim, o romance da "ambição social", do "desejo juvenil de vencer" faz parte da linha dos romances europeus que conjugam essas duas idéias para contar a metamorfose de uma personagem muito mais complexa do que seus antecessores. Trata-se de um aspecto instigante que, oportunamente, merece um estudo mais demorado, sendo aqui apenas levantadas algumas hipóteses preliminares para o estudo da questão.

 

RESUMO: Partindo do pressuposto de que existe uma continuidade entre os romances realistas franceses do século XIX, o presente estudo intertextual acompanha o percurso de alguns personagens famosos, todos jovens ambiciosos com vontade de vencer na vida, para descobrir uma estrutura narrativa comum que se baseia grosso modo na trajetória ascendente do arrivista ficcional.

 

PALAVRAS-CHAVE: Literatura francesa; realismo; século XIX; arrivista; estrutura narrativa

 

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

BAKHTIN, Mikhail. Questões de literatura e de estética. A teoria do romance. São Paulo: Hucitec, 1988.

BALZAC, Honoré de. Illusions perdues, présenté par Maurice Ménard. Paris: Librairie Générale Française, 1972. (Le Livre de Poche).

_____, Honoré de. Le père Goriot. Introduction, notes et appendice critique par Pierre-Georges Castex. Paris: Classiques Garnier, 1961. (1 ed. 1835).

CÂNDIDO, Antônio. Tese e antítese. 3 ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1978.

DELAISEMENT, Gérard. Introduction, notes et relevé de variantes In: Bel-Ami de Guy de Maupassant. Paris: Garnier, 1959.

_____ Bel-Ami Maupassant. Paris: Hatier, 1972.

MAUPASSANT, Guy de. Obras de Guy de Maupassant. Edição organizada por Sérgio Milliet. Romances 2. Vol.5. Belo Horizonte: Itatiaia Limitada, 1983. Bel-Ami, tradução de Clóvis Ramalhete.