Comentários

Olá, Yan, muito obrigada pela pergunta. Com relação a análise sintática e não semântica do advérbio/ adjetivo, posso justificar minha escolha pelo viés sintático, pelo fato de entendermos que essas relações de escopo são derivadas, na verdade, da estrutura sintática que será somente enviada para LF após spell out. Assim sendo, o diferente local de anexação do advérbio, ou adjetivo se daria através das diferentes alturas da própria estrutura sintática. Espero ter esclarecido sua questão e mais uma vez, obrigada pela sua contribuição.

Oi, Bianca, tudo bem? Olha, super legal seu trabalho. De fato, a Gramática Normativa não oferece uma boa explicação - talvez uma explicação bem pobre e até decepcionante do fenômeno. A perspectiva lexicalista, ainda que pareça oferecer boa explicação, é uma explicação obscura, segundo compreendo de sua apresentação. Pensando cientificamente, é muito melhor algo que se possa ver todo o processo de modificação ou de "desvio" de maneira mais clara e transparente possíveis. Pensando no instrumental sintático gerativista, que parece oferecer uma melhor saída, há um pequeno ponto que gostaria de discutir com você: há muita discussão sobre a presença dos advérbios dentro da hierarquia sintática - se se deve seguir a Teoria da Ligação ou da Adjunção - o que já coloca uma pedra no meio do caminho de dizer que "menino RÁPIDO" e "chegou RÁPIDO", "RÁPIDO" é estruturalmente distinto nos dois exemplos - o 1o é um nó AP (adjective phrase) soldado ao NP, que por sua vez está sob a c-coordenação do DP [o], enquanto o 2o é um AdvP adjungido à esquerda de VP [chegou]. Acho que concordamos até aqui. Minha dúvida: por que apelar para a Sintaxe e não para a Semântica? Explico: do ponto de vista semântico, o primeiro conjunto [o menino rápido] apresenta um indivíduo x, tal que este x é menino, mas não somente, no bloco todo, nós temos um subconjunto - o indivíduo x pertence ao conjunto dos "meninos rápidos". Por sua vez, o bloco [chegou rápido] sofre a mesma coisa: existe o conjunto dos indivíduos que "chegam", mas aqui há um subconjunto dos indivíduos que "chegam rápido". Parece-me que semanticamente a explicação e a saída teórica é mais favorecida, já que o comportamento de um termo como "rápido" age da mesma maneira - modificando conjuntos de indivíduos. Espero que tenha ajudado a dar uma saída ou, ao menos, a refletir para uma possível saída. Este fenômeno sempre foi obscuro e me interessou, gostaria de ver, em breve, novos resultados, para entendê-lo melhor! Parabéns pelo trabalho!

Enviar comentário

Orientações

• Todos os campos são obrigatórios.
• Se seu texto for uma resposta ou um comentário a uma mensagem anterior, indique isso.
• Se fizer uma pergunta, acesse a página novamente depois de algumas horas para verificar se houve resposta.

Quer falar com o GEL? Entre em contato!