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Olá, João! Entendi. Não temos objetivos linguísticos no projeto. Realmente é uma forma mais dinâmica de aprender o idioma. Você pode visitar um site que temos para saber um pouco mais: http://www.teletandembrasil.org/ No teletandem são estabelecidas duplas e elas são mantidas durante todas as interações. Entre a parceria UNESP e UNAM são oito encontros (para cada semestre) de uma hora e meia, sendo uma hora para sessão de interação e meia hora para sessão de mediação. A sessão de interação não é só um bate-papo, os interagentes têm claro que o objetivo é aprender um idioma e para que essa aprendizagem seja efetiva eles se apoiam em três princípios básicos: 1) O princípio de separação de línguas sugere que o tempo seja dividido entre a línguas de forma equilibrada, assim sendo no nosso contexto os interagentes falam meia hora em espanhol e a outra meia hora em português. No entanto, muitas vezes, eles podem alternar o código como uma estratégia para se comunicarem e se ajudarem; 2) O princípio de reciprocidade pressupõe um comprometimento em participar e contribuir para que o parceiro também atinja seus objetivos, explicando a definição das palavras, planejando o que vai discutir na interação e corrigindo seu parceiro; e 3) O princípio de autonomia sugere que cada participante seja responsável pelas decisões e pelo gerenciamento do próprio processo de aprendizagem, assim definem os temas, de acordo com suas preferências, que querem discutir em cada interação e verificam suas dificuldades no idioma para estudá-las. Dessa forma, as oito sessões de interação são feitas com os mesmos pares para que deem seguimento a sua conversa e nas sessões de interação podem falar de temas variados relacionados à língua, cultura e literatura. Depois fazemos a sessão de mediação com professores mediadores, que é um acompanhamento e supervisionamento para observar o progresso dos interagentes, nesse momento eles falam sobre suas dificuldades, facilidades e sobre o tema abordado na sessão de interação. Neste painel eu apresento uma experiência em que convidamos um professor brasileiro, especialista no tema de literatura de cordel, e ele deu uma aula expositivo-dialogada de vinte minutos. O professor explorou o tema de forma bastante sintética, mas abrangeu informações históricas, regionais, assim como as características do gênero e suas funções como literatura de entretenimento, de caráter não apenas pedagógico, mas principalmente político e social; também foram sugeridas leituras a respeito na interação anterior. Após a exposição do professor os alunos foram para a sessão de interação e alguns deles falaram sobre a literatura de cordel que desencadeou discussões acerca de outros temas. Nesse caso eles leram cordéis juntos nas interações e outros apenas enviaram para seus parceiros. Mas também tivemos um outro caso em que propomos que levassem um texto de seu gosto pessoal para discussão e uma dupla fez a leitura e interpretação de uma crônica durante a sessão de interação. Não tivemos uma programação de quais textos eles leriam, no entanto estamos pensando nisso para o próximo semestre, acredito que vai ser uma ótima experiência. Se tiver mais algum interesse, fico à disposição. Um abraço!

Oi novamente, Fernanda! Por "objetivos linguísticos" estava me referindo a ensino de estruturas mesmo - presente, passado, preposições...como nos cursos mais tradicionais... Parece ser um jeito bem descontraído e dinâmico de praticar o idioma... Você poderia me dar uma breve idéia de um típico encontro dos alunos - o que acontece? Eles leem os textos juntos ou cada um já leu em sua casa? Existe uma programação de quais textos eles lerão durante o ano?

Olá, João Daniel! Grata pelas suas observações! Fico feliz que tenha gostado da pesquisa. Sobre seus questionamentos: O teletandem é um projeto que se trata de um contexto virtual e colaborativo para aprendizagem de línguas estrangeiras e os participantes já têm um conhecimento prévio do idioma. Essa pesquisa que estou desenvolvendo foi uma parceria feita entre a Universidade Estadual Paulista(UNESP) e a Universidad Nacional Autónoma de México(UNAM). Nesse contexto, tínhamos trinta interagentes, sendo quinze brasileiros (estudantes de espanhol/LE) e quinze mexicanos (estudantes de português/LE). Por se tratar de aprendizes de espanhol e português, não é necessário a sistematização acerca da gramática nas sessões de mediação, porém o aluno nativo ou mais proficiente no idioma pode fazer essas explicações, e frequentemente fazem-nas, ao parceiro que está aprendendo seu idioma nas sessões de interação. Assim, para leitura dos textos eles se ajudam mutuamente tirando dúvidas de vocabulário com o seu parceiro de interação. Não entendi muito bem acerca dos objetivos linguísticos que me perguntou, você se refere se à pesquisa ou se a atividade que propomos do cordel tem objetivos linguísticos ? Bom, nesta pesquisa não tivemos um foco só nos objetivos linguísticos, entretanto observamos como a proposta da literatura de cordel nesse contexto pode contribuir de forma a potencializar as interações, tornando-as mais significativas, dessa forma fazendo com que os interagentes não se restrinjam somente a falar de coisas superficiais como apresentar-se ou falar de seu gosto pessoal, avançando para outros níveis de conversação. Neste projeto observamos a ampliação do repertório lexical, apesar de não ser nosso foco, como as expressões específicas usado no contexto da literatura de cordel que apresentei no painel e no vídeo: xilogravura, folheteiro, folhetim, folhetos, cruzeiros, cangaceiros, cartilhas, sextilha, repentista, alforria, lamparina a querosene, entre outras. Se restou dúvidas posso esclarecer, também me disponho a compartilhar outras referências sobre o contexto de telecolaboração. Agradeço demais o comentário e as sugestões :D

Primeiramente, parabenizo vocês pela pesquisa. Ela parece muito interessante e original. Sou leigo tanto em teletandem quanto em literatura de cordel. Vou deixar apenas algumas perguntas para que, acredito, seriam dúvidas de outros leigos como eu. Em primeiro lugar, duas correçõezinhas quanto a escrita: colocar o "r" em "português", no título; em "resultados esperados" completar a frase "...expressões específicas do... Algumas dúvidas: 1. Existem objetivos linguísticos na atividade proposta? Quais? 2. Existem momentos de sistematização durante a atividade? (explicações de gramática, fonética, entre outras - caso não haja, acredito que deveria haver) 3. Como os alunos mexicanos conseguem ler textos em português? Eles tem algum estudo de português anterior? Espero ter ajudado. Boa sorte!

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