Comentários

Olá, Isabella, Gostei demais da explicação, me esclareceu bastante das dúvidas - como um pouco mais de "espaço-tempo" ajuda bastante! De fato, bem interessante. Reitero os elogios. Abraços.

Olá, Yan! Muito obrigada pelas perguntas e comentários, achei muito pertinentes e podem ser de grande ajuda para a minha pesquisa. Respondendo as perguntas: (1) Sim, eu concordo com a sua ideia. Talvez não tenha ficado com tanto destaque na minha apresentação, mas a questão do contato linguístico como causa da não marcação do modo irrealis foi bastante central na minha pesquisa. Nesse sentido, eu me inspirei bastante em um outro trabalho do meu grupo de pesquisa: Oliveira & Zanoli (A sair), que estuda a não marcação do modo irrealis numa variedade do interior de SP, em Jundiaí - Louveira. O trabalho também aborda a questão do contato linguístico, já que na região falava-se língua geral antes do português (uma língua que já se têm comprovação de ter influência não só de línguas indígenas como também de línguas africanas). Outros trabalhos importantes para a questão foram: Bahler (2019) que analisa situação parecida, embora estude uma variedade de francês no Canadá; Inverno (2009), que estuda as interferências do Cokwe (outra língua banta assim como o kimbundu) no português falado em Lunda Norte, Angola e menciona a não marcação do modo irrealis na variedade como uma possível consequência do contato entre as línguas. O próprio professor Carlos Figueiredo apontou num dos comentários abaixo que também observa essa situação entre os seus estudantes chineses no processo de aquisição do português. Assim, acho muito possível encontrar a mesma situação em diversas variedades de português que apresentam no seu processo de formação, alguma situação de contato linguístico. Mostra-se importante a realização de mais estudos nesse sentido, visando o cotejo entre as variedades. (2) A minha pesquisa foi baseada em alguns trabalhos que consideram o modo irrealis não só o subjuntivo, como também o condicional e o futuro (Palmer, 2001; Bahler, 2019, Marques, 2013, etc). O condicional, nesse sentido, é visto tanto como a estrutura condicionante (então nesse caso, envolve as flexões de modo e tempo tidas como "mais típicas" nas estruturas condicionais) como também o tempo (ou modo como aqui consideramos) "futuro do pretérito", chamado de "condicional" em muitos trabalhos. A minha pesquisa, dessa maneira, considera tanto o "futuro do pretérito" quanto o "futuro do presente" como modos e não como tempos, seguindo a linha de alguns linguistas como Palmer (2001) e Lyons (1977). Apesar de serem colocados dentro do modo indicativo pelas gramáticas tradicionais, os dois seriam, então, modos dentro do domínio do irrealis, já que trazem uma ideia de incerteza (o futuro é sempre incerto, sempre uma "previsão de experiência" como disse Benveniste, 1989), de hipotético. O futuro do presente traz mais a ideia de algo incerto e provável (ou não) de ocorrer, enquanto que o futuro do pretérito representa mais um cenário hipotético. As três categorias (subjuntivo, condicional e futuro) são, portanto, exemplos de flexão do modo irrealis em oposição ao modo realis, que é representado majoritariamente pela flexão de indicativo. (3) Dado o que eu expus acima, eu analisei justamente isso: como essas flexões de irrealis vem sendo substituídas pela flexão de realis no PLb. Então, no futuro vemos uma prevalência de marcação pelo presente do indicativo: há somente o uso do verbo — "te queixo no tribunal" no lugar de "te queixarei, vou me queixar de você"; ou ainda esse verbo no presente do indicativo acompanhado de um modalizador como você colocou com o advérbio "amanhã". Nesse caso, o modo usado é o realis e o irrealis é marcado por uma modalização (o que já não é o escopo da minha pesquisa, que enfoca a flexão de modo). No caso do condicional, também observei como as formas de indicativo (principalmente o pretérito imperfeito e o presente) foram utilizadas no lugar das flexões irrealis (aquelas consideradas típicas em condicionais como, por exemplo, o futuro do pretérito e as formas do subjuntivo). Espero ter conseguido responder as suas dúvidas. Qualquer coisa, estou à disposição. Agradeço novamente pelos elogios, fico imensamente feliz!

Olá, Isabella, tudo bem?! Poxa, que legal: ouvir sobre "realis" e "irrealis", e de forma tão bem explicada - em um tempo bem curto. Parabéns! Sobre o objeto de trabalho, digo o mesmo: existe uma necessidade de avaliarmos e descrevermos as línguas portuguesas fora do eixo europeu, vide a variante de Libolo, ou mesmo próprio português brasileiro. De todos os modos, eu queria te fazer uma pequena provocação: no interior do estado de São Paulo (precisamente, o lado caipira sentido Ribeirão Preto), está com o mesmo paradigma apresentado por você no trabalho do PLb. Concordo com você - e considero que a variável de escolaridade contribua sim para obter certos dados e não outros - que quanto menor é a escolaridade da pessoa, maior esta tendência. Pesquisas sociolinguísticas precisam ser feitas, mas a minha antena de linguista está apontando para este lado, o que é interessante. Logo, a pergunta/provocação: não seria uma variação que as línguas portuguesas em contato com outras línguas que não as indo-europeias estão passando? E outra coisa: em que local estaria o "irrealis", se não na forma subjuntiva? Estaria na presença inicial da condicional "se"? Seria o fato do verbo, na oração subordinada, na forma "futuro do pretérito"? Dessa forma, se você responder positivamente para esta última, não é um problema defender que "realis" tem uma equivalência ao "modo indicativo", pois aí o "futuro do pretérito" é deste modo? Mais uma (a última, prometo): há, em PLb, o mesmo uso do "presente do indicativo" como "futuro" -> "Eu te entrego amanhã" / "Eu te falo amanhã"? Se sim, seria cabível que, então, o "presente do indicativo" não estaria "deslizando" seu sentido para estes usos que você traz - [SE + Presente_Indicativo]? Bom, novamente, parabéns! É muito gratificante ver pessoas fazendo pesquisas tão magníficas e, o melhor, conseguindo apresentá-las de forma clara!

Oi, Isabella! Lindo o seu trabalho, feito com muita seriedade e maturidade. Fico feliz de ter colegas tão talentosos se formando comigo! Parabéns!

Parabéns, Isabella!!!! Arrasou!! Que orgulhoooo ????

Que lindo!!! Você não imagina quanto orgulho sinto de você. Você conseguiu... Parabéns minha querida!!!

Muito obrigada pelos elogios, professor Carlos! Fico muito feliz em poder contribuir e fazer parte dessa grande família que é o Projeto Libolo. Sou muito grata por ter, em minha jornada acadêmica, o incentivo e o apoio de pesquisadores tão importantes. Atenciosamente, Isabella.

Obrigada pela resposta, Isabella! Mais uma vez, parabéns pela pesquisa!

Parabéns pelo trabalho, Isabella. Gostei bastante. De forma sucinta, você consegue dar uma panorâmica abrangente das distinções entre ‘realis’ e ‘irrealis’ e seus usos no Português do Libolo, Angola. Como coordenador do Projeto Libolo, juntamente com a sua orientadora, Profa. Márcia Oliveira, é com enorme alegria que vemos os resultados do seu comprometimento connosco e com toda a grande família de pesquisadores e colaboradores do Projeto, para sabermos mais sobre esta subvariedade do português de Angola. Sou também professor de português língua estrangeira e trabalho com alunos chineses, cuja língua materna tem algumas particularidades gramaticais muito próximas às do Kimbundu. Esta questão é interessante porque, no início da aquisição do português, os alunos chineses elaboram o mesmo tipo de estruturas que você apontou no português do Libolo, havendo uma clara dificuldade na descodificação das formas do Conjuntivo, resultante do distanciamento do sistema gramatical da língua portuguesa em relação ao sistema gramatical do chinês e das língua nativas de Angola do ramo banho. Esperamos continuar a contar com os seus contributos nas pesquisas do Projeto Libolo. Um sincero bem-haja, Isabella.

Em resposta à Edenize: não observei nenhuma outra variável sociolinguística. O trabalho não se configura como uma análise sociolinguística, porém, durante a análise qualitativa dos dados, a questão da escolaridade foi algo que evidentemente chamou a atenção, tendo em vista que eu tinha acesso a essas informações, que fazem parte da metodologia da coleta de dados. Nenhuma outra variável pareceu claramente relevante durante a pesquisa, mas ressalto que eu não empreendi um controle, nem uma análise sociolinguística propriamente dita.

Muito obrigada, fico extremamente feliz com os elogios, principalmente vindos de colegas pesquisadores! Em especial agradeço à Márcia, por todo o apoio e incentivo!

Parabéns pela explicação tão clara, Isabella! Você observou a atuação de outra variável sociolinguística, além do nível de escolaridade, que possa estar atuando sobre esse fenômeno (como o sexo/gênero, por exemplo)?

Meus parabéns, Isabella, pela explicação tão clara e precisa. É muito trabalho, estudo e material para resumir em um vídeo tão curto, mas você fez isso muito bem!! Abraços, Osmar.

Muito bom, Isabella! Não só ficou bastante sucinta a sua explicação, foi possível entender os diferenciais realis/irrealis mesmo sem ter uma base de linguística para fazê-lo. Parabéns! Abraços, Otavio Albano

Querida Isabella, "passando" por aqui pra te parabenizar pela pesquisa tão bonita que você fez. Mesmo em meio à COVID, sem termos podido ir ao Libolo (como previsto), você terminou um trabalho, ainda que inicial, de forma muito satisfatória. Abraços, Márcia

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