Comentários

Puxa, interessante mesmo esse exemplo do pentatlo, Luiza. Em filmes e músicas dublados eu sinto muita falta dessa naturalidade e fluência que você falou, soa tudo artificial demais. Não consigo assistir ou ouvir praticamente nada dublado... Novamente, boa sorte!

Muito obrigada João e Maria pelos comentários, são excelentes as perguntas que fizeram! Minha orientadora e eu ficamos contentes que tenham gostado da pesquisa! Com relação às perguntas, irei responder na ordem em que foram apresentadas [começando pelas de João (1, 2 e 3) e passando para a de Maria (4)]. 1. De modo geral, o conceito de “domesticação” de Venuti, chamado por alguns teóricos de naturalização, é algo que busca tornar tradução mais fluida/natural, trazendo, assim, uma aproximação maior de um produto para com o público-alvo da língua de chegada. Já o “Princípio do Pentatlo” de Peter Low, são cinco critérios (cantabilidade, naturalidade, ritmo, rima e sentido) propostos para auxiliar na tradução de músicas a fim de que as mesmas soem mais naturais ao público-alvo. 2. Neste estudo, por ser ter sido parte de uma iniciação científica, optamos por focar na escrita das músicas ao invés dos diálogos e delimitamos um pouco mais ao selecionar apenas três músicas do primeiro ato (“Ódio”, “Popular” e “Venha ver”) e concentrar nas duas personagens principais (Elphaba e Galinda). Para a análise, cada música foi dividida em excertos menores a fim de que pudéssemos trazer uma melhor visualização da tradução em cada parte delas (no total deram 18 excertos: oito excertos em “Ódio”, seis excertos em “Popular” e quatro excertos em “Venha Ver”). Em cada excerto, verificamos primeiramente o “Princípio do Pentatlo”, analisando cada um de seus aspectos, depois passamos para análise dos procedimentos tradutórios de Barbosa que poderiam ser observados em cada um e, por fim, como um todo, pudemos avaliar que houve a domesticação segundo Venuti. Respondendo ainda este questionamento, posso afirmar que um ponto negativo foi que não há muitos materiais e estudos voltados especificamente para a tradução de musicais, então foi necessária uma boa pesquisa para complementarmos o estudo (já tinha em mente os conceitos de Venuti e os procedimentos de Barbosa, mas encontrar os conceitos de Low foi algo que trouxe bastante peso para a pesquisa). Como pontos positivos, posso dizer que obtivemos uma boa coleta de dados que possibilitou, além do material necessário para as análises, um aprendizado maior com relação a história do teatro musical no Brasil e ao trabalho do tradutor/versionista. Desenvolver as análises também proporcionou uma melhor compreensão da complexidade envolvida na tradução de musicais. 3. Sim, a união de elementos dentro dos musicais definitivamente influencia no processo tradutório – isso tanto no impacto na atmosfera musical e na caracterização da fala/canto das personagens, quanto nos critérios do “princípio do pentatlo” (cantabilidade, naturalidade, ritmo, rima e sentido) e em questões fonéticas e fonológicas (as quais não trouxe neste estudo). Vou exemplificar um pouco a necessidade de considerar tais elementos com parte de um dos excertos que analisei na música “Ódio” (trechos retirados do Wicked The Grimmerie e do roteiro da versão de Wicked): na língua de partida temos “Though I do admit it came on fast / Still I do believe that it can last”, enquanto na língua de chegada a tradução ficou como “Logo que chegou tirou meu ar / Sinto que isso veio pra ficar” – logo dá para perceber que o sentido foi mantido e que há a rima e, se você ouvir a música, ficará mais evidente que o ritmo foi mantido e que há uma naturalidade e cantabilidade (ou seja, a música soa bem ao ser cantada e não fica algo estranho). Agora, vamos supor que nenhum dos elementos foi considerado na hora da tradução e o tradutor optou trazer apenas uma tradução literal (vamos pensar na de Barbosa aqui, para não confundir muito) sem explorar outras possibilidades. Teríamos, então, algo como “Embora eu admita que isso veio rápido / Ainda acredito que pode durar”, por exemplo. Com isso, pode-se perceber que o sentido foi mantido, certo? Mas e o ritmo, as rimas, a naturalidade e a cantabilidade? Esses últimos praticamente não estão presentes e se tentarmos encaixar na melodia vai ficar bem estranho. 4. Com relação a sua pergunta, Maria, eu não entrei muito a fundo nessa questão durante o estudo, mas acredito que o tradutor precisaria ter o conhecimento das técnicas de tradução/versionamento de músicas e que é interessante ter pelo menos um pouco de conhecimento teatral e musical para conseguir fazer um bom trabalho. No caso de não ter tanto conhecimento teatral e musical, o ideal seria ter alguém da área que tenha conhecimento sobre esses assuntos, e que seja de confiança, que possa ser seu consultor. Novamente eu agradeço os comentários e espero que tenha respondido suas dúvidas. Caso haja mais alguma, por favor fiquem à vontade para perguntar.

Parabéns pelo estudo! Gostei muito e ainda mais por ser sobre o meu musical favorito. Minhas perguntas vão na linha do João Daniel. A outra pergunta que tenho é se os tradutores precisam ter formação musical também, já que nesse exercício entram aspectos de composição.

Primeiramente, parabenizo a você, Luiza, e sua orientadora pelo trabalho. Parece muito interessante e original (sobretudo, para mim que sou um grande fã de musicais da Broadway). Como leigo no assunto, vou deixar algumas questões que, acredito, também seriam dúvidas de outros leigos: 1. O que são "domesticação' e "princípio de pentatlo"? 2. De modo geral, que avaliação vocês fazem da tradução do musical? Quais os pontos positivos e negativos? 3. Uma música é diferente de um texto na medida em que é feita para ser cantada. O fato de um musical envolver canto, rimas, etc. influi no processo tradutório? Como? Por enquanto são essas minhas dúvidas. Boa sorte com o trabalho!

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