Comentários

Seu trabalho ficou excelente, Pablo. Parabéns!!

Pablo querido, parabéns por seu trabalho! Painel e apresentação excelentes!

Olá, Roger Alfredo. Muito obrigado por seu comentário. É muito boa essa sua pergunta. Nesse contexto que você trouxe com a expressão com sentido irônico, acho que realmente é possível atribuir um estatus Interpessoal (pragmático) à expressão, já que ela se refere, pelo menos no sentido de que você falou, aos sentimentos do falante. Pontuo aqui também que "ironia", segundo Hengeveld e Mackenzie (2008), atua no nível do Ato Discursivo. Então, se você compreende que (ser) capaz em alguns contextos de fala de sua região é meio de expressão de ironia, não vejo motivo para não se analisá-la como interpessoal. Mas ressalto que, num caso como este, "(ser) capaz" já não seria mais modal (e são os usos modais dessa expressão que tenho como foco do meu trabalho). Quanto aos exemplos que trouxe no painel: eu acho (não tenho certeza!) que análise deles no Nível Interpessoal de como nos posicionamos quanto ao status operador/modificador/núcleo do elemento (se é lexical ou gramatical). Deixe-me tentar explicar melhor: se eu analiso a expressão como um operador das camadas da Nível Representacional (Propriedades Configuracionais, Estado-de-coisas, Episódio e Conteúdo Proposicional), me parece que fica mais difícil propor uma categorização interpessoal da expressão em si. Por outro lado, se eu analiso-a como um núcleo, como um organizador de predicação (um predicado modal) no Nível Representacional, a sua contraparte interpessoal seria o Subato de Atribuição, que faz parte do molde de conteúdo, do núcleo do Conteúdo Comunicado. Aliás, é esse molde de Conteúdo que determina como se configura o chamado molde de predicação, por causa do princípio top-down da GDF. Não sei se consegui responder bem a sua pergunta. Qualquer dúvida ou contribuição, estarei à disposição. Abraços!

Querido Gabriel G., fico bastante lisonjeado por você manifestar interesse em trabalhar comigo, de verdade. E, mais uma vez, devo te agradecer pelo comentário enriquecedor. Acho bastante interessante o fato de você colocar a questão da possibilidade da expressão poder ser modificada, o que pode evidenciar seu estatuto lexical em potencial. Inclusive, o critério da modificação é utilizado no trabalho de Keizer (2007), que se debruça sobre a dicotomia léxico-gramática na GDF. Segundo esse critério, somente itens gramaticais podem ser modificados por outros itens. Então, por esse critério, pode ser, sim, cabível pensar na expressão como pertencente ao léxico. Mas Keizer também aborda muitos outros critérios e penso eu que, por alguns desses outros, a expressão possa ser compreendida como gramatical. Isso é interessante para percebermos que, de fato, não há uma distinção sempre rígida entre léxico e gramática, pois há elementos que possuem traços lexicais e gramaticais ao mesmo tempo. Mas, a despeito de toda essa complexidade no seu estatuto, a expansão de escopo do item analisado no Nível Representacional é bem visível: uma expressão modal que começa atuando no nível da predicação e sobe ao nível da proposição, que, claramente, indica desenvolvimento gramatical (mas isso precisa ser comprovado diacronicamente, é claro). Sobre esses casos de que você falou de "capaz" na fala mineira com o sentido de "de jeito nenhum!", acho-os bem interessantes e, como você muito bem apontou, são realmente BEM gramaticais, já que estão em um nível ainda mais alto (o Interpessoal). E um apontamento interessante sobre esses usos interpessoais de "capaz" é que eles não são necessariamente modais, como os que ocorrem no Nível Representacional, pois, nestes usos, a expressão já não tem escopo sobre um estado-de-coisas e nem sobre um conteúdo proposicional, mas sobre uma unidade da própria interação.

Parabéns pelo trabalho! Ficou claro que sua análise está focada no nível representacional da análise de "ser capaz", em contextos específicos. Mas é que na minha região, utilizam "capaz" ou "é capaz" em respostas curtas, tendo o sentido de "-é mesmo?" irônico. A minha pergunta é que se é possível analisar "ser capaz" no nível interpessoal da GDF, não somente nesse exemplo oralizado mas nos exemplos que você trouxe no seu painel. Abraços!

Querido Pablo, obrigado pela resposta tão atenciosa. Devo dizer que ela me excitou mais ainda. De fato, o predicado posterior a "ser capaz" é o que parece selecionar o argumento com a função sintática sujeito. No entanto, ainda me parece que "capaz" tem estatuto lexical, principalmente pelo fato de ele poder ser modificado (não sei se encontrou ocorrências como a de (1) em que "capaz" é modificado). Ainda assim, o papel modal de "capaz" (que você identificou e impecavelmente classificou) parece-me inquestionável. Vejo uma boa oportunidade para você contribuir com o modelo, propondo, talvez, uma modalidade veiculada por item lexical, a partir da qual - hipotetizo - derivou o estatuto de operador de "capaz" em (5), caso em que não há cópula e que me parece estranha a modificação. E veja que interessante o que me ocorreu agora: há casos, na fala mineira, em que "capaz" é um Ato Discursivo Interativo, com sentido de "de jeito nenhum!". Mais gramatical impossível! Enfim... você é muito capaz (usando aqui o objeto que você estuda rs)! Como diz minha orientadora, você "mata a cobra e mostra o pau" (rs), Queria um dia poder trabalhar com você. Abraçaços.

Olá, meu querido Gabriel G. Eu digo o mesmo: é sempre bom encontrar você nesse períodos de eventos onlines. Sobre o seu questionamento: acho-o muito interassante. Quando eu comecei a pensar na descrição de (ser) capaz nos moldes da proposta em camadas da GDF, uma das minhas preocupações iniciais foi justamente perceber o estatuto lexico-gramatical desta expressão dentro do modelo. Quando nos pautamos explicitamente no que foi proposto na publicação de Hengeveld e Mackenzie (2008), percebemos que a GDF faz uma distinção muito clara entre elementos gramaticais (operadores e funções) e elementos lexicais (modificadores). E as distinções modais são concebidas, no âmbito da GDF, como operadores das camadas do Nível Representacional (semântico) do modelo. Então, se levarmos isso em consideração (a priori), devemos analisar a expressão (ser) capaz como um item gramatical (operador de modalidade). Mas a questão é mais complexa do que parece, pois, em muitas línguas, as modalidades possuem expressão lexical: por exemplo, um verbo como "saber" (em "eu sei inglês") pode ser meio de expressão do que chamamos de modalidade facultativa (ou dinâmica). E é inegável que, em um uso como este, seu estatuto é mais lexical, já que ele é o centro da predicação e, portanto, seleciona argumentos. Com relação à expressão "(ser) capaz", acho que pode ter sentido o seu apontamento segundo o qual a expressão, nos exemplos (1) e (2), é um propriedade que seleciona um estado-de-coisas como complemento: X (ser) capaz de (e). Mas uma coisa que tenho observado em usos como (1) é que a seleção do argumento em posição de sujeito não é feita pelo item "(ser) capaz", mas, sim, pela propriedade que segue a preposição, de um ponto de vista mais semântico. Veja esses testes, por exemplo: *'Uma pizza' é capaz de resistir aos apelas da carne?; 'Uma pizza é capaz de engordar qualquer pessoa. Como você pode perceber, o argumento "uma pizza" é compatível com um dos casos e não compatível com outro, mas, em ambos, há "(ser) capaz". Então, pode ser cabível defender que a organização da predicação central de exemplos como (1) é fruto do verbo que segue o item modal, já que a natureza do sujeito depende de sua semântica? Bem, estas são complexidades para as quais ainda não tenho uma resposta clara, mas acho que vale a reflexão.

Muito obrigado pelas comentários, gente! Fico extremamente agradecido pelos elogios.

Olá, querido Pablo. É sempre bom lhe encontrar nos eventos online. Queria lhe perguntar: você analisa "(ser) capaz" como tendo que estatuto (operador ou uma entidade semântica predicativa)? Nos exemplos (1) e (2), parece-me que "capaz" é uma Propriedade que exige como complemento um Estado de Coisas. Por outro lado, em (4), (5) e (6), "capaz" não exige complemento. De todo modo, todos os casos me levam a pensar que "capaz" tem estatuto lexical - em (6), por exemplo, ele é até modificado por "bem". Veja que eu faço a pergunta e eu mesmo tento respondê-la. Isso é porque sua pesquisa é muito interessante; e seu trabalho, primoroso. Parabéns! Caso eu tenha escrito besteiras, por favor, querido, desconsidere-as. Abraços mil.

Excelente pesquisa, Pablo! Parabéns pela abordagem objetiva e clara! Obrigada pela apresentação e análise desse fenômeno tão rico e diverso em nossa língua!

Muito bom, Pablo!! Ótima apresentação - sucinto mas pontual. Excelente, como de praste!

Excelente trabalho, Pablo! Parabéns!

Ótimo trabalho, Pablo! muito enriquecedora a sua pesquisa, parabéns!

Ótimo estudo, Pablo! Interessante ver a análise de uma expressão gramaticalizada sob perspectiva da GDF. Parabéns pela pesquisa!

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