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Muito obrigada pelos comentários, Maria de Fátima e Renato. Respondendo ao Renato, esta é uma questão interessante, gostei muito da pergunta! Considerando que o francesismo provém do contato entre dois grupo sociais colonizadores do Brasil (Portugal e França), o percurso semântico dos empréstimos franceses consolidados no léxico brasileiro é, então, produto da interação que aconteceu em esferas que, majoritariamente, eram dominadas pela perspectiva francesa. Neste sentido, quando olhamos para a relação entre Brasil e países falantes da língua inglesa, vemos que o processo de consolidação dos empréstimos ingleses possuem outros fatores histórico-políticos-sociais que resultaram em certa dominância sobre os termos que pertencem, por exemplo, à esfera tecnológica, financeira e empresarial, enquanto os empréstimos franceses possuem mais predominância nos domínios da arte, moda e gastronomia, devido ao fenômeno do afrancesamento dos costumes que, na época (XIX), era reconhecido como tudo aquilo que fosse "fino" e "atualizado". Dessa forma, a nocividade que vejo em comum entre esses estrangeirismos é a manutenção dos resquícios de uma cultura colonizadora que não valoriza o que é feito e produzido aqui e que, linguisticamente, resultou em palavras, como caso do francês, que mantiveram a perspectiva francesa. Mesmo em caso de brasileirismos (palavras estrangeiras com significados abrasileirados), é possível notar traços do significado original, como uma tentativa de imitação. Dito isto, creio que a dinâmica da consolidação do francês e do inglês no léxico brasileiro, por um lado, seja parecida, por serem consideradas duas culturas hipervalorizadas, consideradas sinônimos daquilo que é "fino" e atualizado"; mas de outro, diferentes, tendo em vista que os empréstimos franceses e ingleses predominaram/predominam em épocas diferentes e foram/são produzidos em esferas diferentes.

Parabéns pelo trabalho, Débora! Muito interessante! Gostaria de saber, por favor, se você, em sua análise dos dados, notou algum tipo de resistência os empréstimos franceses, como estrangeirismos nocivos ao português brasileiro, como muitos sentem ser atualmente os empréstimos do inglês. Em época e com relação a línguas diferentes, será que encontramos a mesma dinâmica? Obrigado!

Parabéns pela apresentação. Gostei bastante.

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